17 de jun. de 2013
Textos que valem a pena ler (parte 2)!
Continuando o post da Mari, eu estava lendo uns textos na internet e achei um bem tocante. Uma crônica de Rubem Braga que fala sobre despedidas, algo que sempre acontece na nossa vida. Me emocionei, achei lindo. Com uma linguagem simples e que vai bem fundo na nossa alma, leiam.
"Despedida
E no meio dessa confusão alguém partiu sem se despedir; foi triste. Se houvesse uma despedida talvez fosse mais triste, talvez tenha sido melhor assim, uma separação como às vezes acontece em um baile de carnaval — uma pessoa se perda da outra, procura-a por um instante e depois adere a qualquer cordão. É melhor para os amantes pensar que a última vez que se encontraram se amaram muito — depois apenas aconteceu que não se encontraram mais. Eles não se despediram, a vida é que os despediu, cada um para seu lado — sem glória nem humilhação.
Creio que será permitido guardar uma leve tristeza, e também uma lembrança boa; que não será proibido confessar que às vezes se tem saudades; nem será odioso dizer que a separação ao mesmo tempo nos traz um inexplicável sentimento de alívio, e de sossego; e um indefinível remorso; e um recôndito despeito.
E que houve momentos perfeitos que passaram, mas não se perderam, porque ficaram em nossa vida; que a lembrança deles nos faz sentir maior a nossa solidão; mas que essa solidão ficou menos infeliz: que importa que uma estrela já esteja morta se ela ainda brilha no fundo de nossa noite e de nosso confuso sonho?
Talvez não mereçamos imaginar que haverá outros verões; se eles vierem, nós os receberemos obedientes como as cigarras e as paineiras — com flores e cantos. O inverno — te lembras — nos maltratou; não havia flores, não havia mar, e fomos sacudidos de um lado para outro como dois bonecos na mão de um titeriteiro inábil.
Ah, talvez valesse a pena dizer que houve um telefonema que não pôde haver; entretanto, é possível que não adiantasse nada. Para que explicações? Esqueçamos as pequenas coisas mortificantes; o silêncio torna tudo menos penoso; lembremos apenas as coisas douradas e digamos apenas a pequena palavra: adeus.
A pequena palavra que se alonga como um canto de cigarra perdido numa tarde de domingo."
"Despedida
E no meio dessa confusão alguém partiu sem se despedir; foi triste. Se houvesse uma despedida talvez fosse mais triste, talvez tenha sido melhor assim, uma separação como às vezes acontece em um baile de carnaval — uma pessoa se perda da outra, procura-a por um instante e depois adere a qualquer cordão. É melhor para os amantes pensar que a última vez que se encontraram se amaram muito — depois apenas aconteceu que não se encontraram mais. Eles não se despediram, a vida é que os despediu, cada um para seu lado — sem glória nem humilhação.
Creio que será permitido guardar uma leve tristeza, e também uma lembrança boa; que não será proibido confessar que às vezes se tem saudades; nem será odioso dizer que a separação ao mesmo tempo nos traz um inexplicável sentimento de alívio, e de sossego; e um indefinível remorso; e um recôndito despeito.
E que houve momentos perfeitos que passaram, mas não se perderam, porque ficaram em nossa vida; que a lembrança deles nos faz sentir maior a nossa solidão; mas que essa solidão ficou menos infeliz: que importa que uma estrela já esteja morta se ela ainda brilha no fundo de nossa noite e de nosso confuso sonho?
Talvez não mereçamos imaginar que haverá outros verões; se eles vierem, nós os receberemos obedientes como as cigarras e as paineiras — com flores e cantos. O inverno — te lembras — nos maltratou; não havia flores, não havia mar, e fomos sacudidos de um lado para outro como dois bonecos na mão de um titeriteiro inábil.
Ah, talvez valesse a pena dizer que houve um telefonema que não pôde haver; entretanto, é possível que não adiantasse nada. Para que explicações? Esqueçamos as pequenas coisas mortificantes; o silêncio torna tudo menos penoso; lembremos apenas as coisas douradas e digamos apenas a pequena palavra: adeus.
A pequena palavra que se alonga como um canto de cigarra perdido numa tarde de domingo."
Espero que tenham gostado do texto.
Eu particularmente me apaixonei.
Lari :)
Marcadores:
crônica,
despedida,
Rubem Braga,
texto
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Quem escreve?
Aqui são Gabriela Fontes - @nogetdrunk -, Larissa Santos - @cnidario_ - e Mariana Freitas - @growupmari -. Estamos aqui pra falar sobre música, moda, e afins. Bem-vindo(a)
Postagens +
-
Nem sempre é fácil encontrar uma roupa do jeito que a gente quer nas lojas hoje em dia, e pra isso existem os brechós, que estão sendo cada ...
-
Olá! Ontem fiz minha 1ª tattoo e quero dividir isso com vocês. A ideia era filmar enquanto a tattoo era feita, mas minha câmera está ruim (i...
-
Há alguns dias foi lançada a música do Justin Bieber em parceria com a Miley Cyrus!! O termo Twerk é conhecido como uma dança sensual muit...
Marcadores
Anklebiters
b&w
body
Brad Pitt
Brasil
brechó
cancer
Cinema
clothes
color hair
Comédia
Comportamento
Cory Monteith
crônica
curtir
descoloração
despedida
Disney
Diversão
fashion
Férias
fight
filme
filmow
fim de semana
Frio
Game
Glee
GNT
Hayley Williams
hidratação
inverno
jaquetas
jeans
Katy Perry
Lea Michelle
love
MariMoon
Max Brooks
Mickey Mouse
moda
music
Músicas
nostalgia
objetos
outono
Paramore
photo
RedeSocial
roupas
sadness
saudade
serie
site
songs
sunset
texto
TV
twitter
vídeo
woman
World War Z
YouTube
Tecnologia do Blogger.
0 comentários:
Postar um comentário